Quando no agora já relativamente distante ano de 2014 surgiu a ideia embrionária da Mental8Works, pouco mais tínhamos do que uma folha de papel, uma caneta e um par de chávenas de café pousados numa esplanada de um restaurante em Campolide. O objetivo, esse, tornou-se bastante claro desde o início: criar um projeto comunitário e associativo que servisse de resposta a várias barreiras e lacunas identificadas durante o exercício da nossa atividade profissional em Saúde Mental. A questão não era só como fazê-lo, mas também fazê-lo de forma competente, eficaz, rigorosa, transparente e sustentável. E pôr a nossa “inexperiência” em prática, fazendo uso do espírito de irreverência e inconformidade que caracterizam aqueles que acreditam que podem ser agentes de mudança. Reunimos a equipa, identificámos os problemas, delineámos os objetivos e desenhámos a estrutura. Em 2016, a Mental8Works viu, por fim, a luz do dia, e lançou os primeiros alicerces em termos de parcerias e projetos que nos permitirão pôr mãos ao trabalho durante os anos seguintes. Durante o processo de constituição da nossa Mental8Works, elegemos os nossos órgãos sociais, elaborámos o regulamento interno, definimos as nossas linhas de ação, criámos plataformas de divulgação da imagem da Mental8Works, fizémos a nossa festa de inauguração, desenhámos os primeiros projetos a pôr em prática e compilámos finalmente tudo isto no nosso o relatório de atividades e contas. Foi um processo moroso e desafiante, mas gratificante pela resposta positiva que temos obtido de todos os quadrantes com quem chegámos ao contacto. Não posso também deixar de agradecer profundamente a toda a equipa da Mental8Works, pela dedicação e empenho incansáveis emprestados a este projeto durante o ano 2016, muitas vezes em sacrifício da vida pessoal e profissional.
Apesar de escalada a primeira montanha, a cordilheira estende-se à nossa frente. Estamos cientes do desafio e das nossas limitações, mas não tanto quanto cremos de que somos capazes de criar verdadeiro impacto, ainda que nas mais pequenas coisas. Ao fim e ao cabo, regra geral, são essas as mais importantes e é por aí que queremos começar.
João Francisco Gonçalves – Presidente da Mental8Works