Mudanças no regresso à rotina

Estamos a chegar ao fim de Agosto, o mês das férias por eleição, e à medida que esta data se aproxima começamos a pensar no regresso ao trabalho e à rotina. Podendo constituir-se para alguns, como um momento de consideração, de mudança e de reflexão sobre a satisfação que temos com a nossa vida profissional e pessoal, as férias permitem-nos abrandar e ganhar perspetiva, podendo dar origem a uma outra maneira de estar e de sentir que nos conduza à contemplação de um novo começo aquando do nosso regresso.

Sem dúvida que o trabalho ocupa um ponto focal nas nossas vidas, sabemos que as pessoas que estão mais satisfeitas com o seu trabalho também apresentam níveis mais elevados de bem-estar. Tal parece indicar que a satisfação com a vida não depende exclusivamente da satisfação no trabalho, mas a satisfação com o trabalho contribui significativamente para a satisfação com a vida.

Assim sendo podemos levantar a questão: será que a satisfação no emprego depende do trabalho ou da a nossa perspetiva sobre o trabalho? ou ainda podemos pensar nisto de outra forma: eu controlo ou não controlo a satisfação que sinto com o meu trabalho?

Na verdade, será um pouco dos dois, ninguém pode negar que há trabalhos que não são os mais agradáveis, que todos temos um chefe que não adoramos, um colega que não é particularmente simpático e um salário que podia ser sempre mais alto. Frequentemente a mudança é bem-vinda e requer muita coragem para ser levada a cabo. No entanto, temos que estar conscientes de que todos os trabalhos têm pontos bons e pontos maus e que vamos sempre encontrar obstáculos que fogem um pouco ao nosso controlo. Dito isto, o mais importante é sermos capazes de nos valorizarmos a nós próprios e de valorizar aquilo que temos no presente, não temos que nos contentar com menos do que aquilo que achamos que merecemos, mas é importante assumirmos a nossa responsabilidade e aprendermos a estar gratos por aquilo que já conseguimos conquistar.

Passo a partilhar convosco uma pergunta que pode mudar a nossa perspetiva sobre o trabalho e aumentar a nossa satisfação com o mesmo: Qual é a função que este trabalho cumpre na minha vida?

Como vimos a satisfação com a vida depende de vários fatores, e só o facto de termos um trabalho já é uma conquista, conseguimos ser independentes e autónomos, assumimos responsabilidades, temos uma rotina, estrutura e dinheiro para viver. Se calhar precisamos desse trabalho para sobreviver, para alimentar a nossa família, para criar os nossos filhos, se tivermos sorte talvez até possamos usar esse dinheiro para investir nos nossos sonhos, na casa que queremos comprar, na viagem que queremos fazer, na pessoa que queremos ajudar. Talvez o nosso emprego seja um veículo que nos permite contribuir não só para nós mesmos, mas também para os outros, talvez nos permita criar e transformar o trabalho em si de forma a torná-lo mais nosso e a aumentar o nosso sentimento de satisfação. O trabalho tem uma função que será diferente para todos nós, mas essa função, esse porquê, tem que estar presente. Temos de saber o porquê de estarmos a fazer aquilo que estamos a fazer, atribuindo um significado ao trabalho e àquilo que ele representa para nós.

Paralelamente, é importante desenvolver uma visão daquilo que queremos para o nosso futuro, essa visão vai fornecer-nos uma lente a partir da qual vamos ver o mundo e vai auxiliar-nos na nossa tomada de decisão. Ter um sentido de direção não implica ter um plano rígido para a nossa vida, mas sim ter uma referência interna da pessoa que queremos ser e do caminho que voluntariamente nos dispomos a percorrer. Para tal devemos investir no nosso autoconhecimento e na valorização dos nossos recursos, tanto pessoais quanto relacionais.

Este processo pode ser longo, demorado e difícil, por vezes pode ser bom ter alguém com quem partilhar aquilo que sentimos, alguém com quem possamos pensar em conjunto e que nos possa ajudar quando nos sentimos mais perdidos. Independentemente da razão, a equipa da Mental8Works está disponível para poder trabalhar consigo e para ajudar, se precisar, fale connosco.

Desejamos-vos um bom regresso ao trabalho!

Alexandre Horácio – Psicólogo Mental8Works

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