“18,4% da população portuguesa, ou seja, quase um quinto dos portugueses, sofre de doença mentais, incluindo ansiedade, depressão ou problemas com o consumo de álcool e drogas” (Health at a Glance: Europe 2018 – State of health in the EU cycle)
A ansiedade já era das perturbações psicológicas com maior incidência em 2018 em Portugal. Atualmente, embora ainda não existam estudos que o comprovem, é previsto um aumento derivado às vivências relacionadas com a situação de crise pandémica.
A perturbação de ansiedade é estudada há vários anos e tem vindo a ser descrita como resposta ao stress psicológico. Lazarus e Cohen (1977) descrevem a existência de stress psicológico quando as exigências percebidas pelo indíviduo excedem os seus recursos e colocam em causa o seu bem-estar. A ansiedade face ao stress pode ser vista como uma resposta de avaliação e proteção face a um risco percebido e por isso ser adaptativa em algumas situações.
A ansiedade controlada pode ajudar a proteger-nos (e aos outros) e a agirmos em situações que exigem a nossa atenção. Contudo, torna-se um problema quando é excessiva, muito intensa, frequente e pode interferir de forma negativa com o nosso quotidiano, com consequências, também, a longo-prazo.
Numa primeira instância, é importante ressalvar a possibilidade de prevenção da perturbação de ansiedade. O estilo de vida (onde se incluiu alimentação, atividade física, convívio social, entre outros) saudável e adequado às necessidades é uma forma de prevenção, desta e de qualquer outra perturbação psicológica, com resultados muito positivos.
A intervenção na problemática de ansiedade pode incluir o acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, dependendo dos sinais e sintomas apresentados. A avaliação de um profissional da área de saúde mental é essencial, sempre que o bem-estar da pessoa não está a ser passível de ser alcançado individualmente.
Maria Silva – Psicóloga da Mental8Works